sexta-feira, 15 de julho de 2011

Desvendando a Benignidade



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Em continuação aos nossos estudos sobre o Fruto do Espírito, analisaremos hoje a benignidade. Em Gálatas 5.22, o termo usado para “benignidade” é “chrestotes”, que em Romanos 2.4 é traduzido como “bondade”, mas também se relaciona com “excelência moral” e “gentileza”. A palavra “chrestotes” procede de “chrestos”, que pode ser traduzida como “suave” (Mateusm 11.30) ou “excelente” (Lucas 5.39). Jesus possuía todas essas características, e aqueles que estão verdadeiramente unidos a Cristo também devem ser acompanhados de tais frutos.

O interessante é que o termo grego para benignidade (chrestotes) se relaciona com a palavra “chraomai”, que significa “tratar” (Atos 37.3), “usar” (Atos 27.17) “aproveitar” (1 Coríntios 7.21) ou “servir” (1 Coríntios 9.15). Assim vemos que a benignidade é um dom que se expressa na relação do homem com seu próximo, de modo que estamos sempre preparados para tratar as demais pessoas com educação e respeito, sendo usados e aproveitados pelo Senhor no ato de servir. Essa palavra grega (chraomai) também traz a ideia de “fornecer aquilo que é necessário”. E o que é mais necessário para o homem do que a Palavra de Deus? Dessa maneira, vemos que o verdadeiro fruto da benignidade se expressa principalmente no ato de ministrar o Evangelho àqueles que não conhecem a Deus, porque sabemos que a “criação anseia ardentemente pela revelação dos filhos de Deus” (Romanos 8.19). Assim, vemos que a maior expressão de bondade que podemos manifestar a alguém é pregar a Palavra de Deus, que funciona como um rio que jorra para a vida eterna (João 4.14), de modo que todos que deles beberem e nele permanecerem, viverão eternamente com Cristo.

A palavra grega “chrestotes” (benignidade) também se vincula ao termo “cheir” que significa “mão” (Mateus 3.12) e traz a ideia de “instrumento”. Ou seja, a pessoa que expressa o fruto da benignidade é usada por Deus como um instrumento para abençoar aqueles que carecem da revelação do Evangelho. Além disso, o homem benigno também é um canal (cheo) através do qual flui a Palavra de Deus, e com ela vem uma tempestade (cheimon) que prova aquele que recebe a Cristo, para que aprenda a estar edificado sobre a Rocha (Mateus 7.25). Muitas vezes, a palavra do homem benigno (chrestos) traz tempestade (cheimon) para a vida de quem a escuta. Todavia, esta tempestade irá tornar a pessoa mais forte, pois “a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5.3-4). O homem benigno (chrestos) trará tempestade (cheimon) se ela for necessária para edificar a vida de alguém. Deus, que é benigno (chrestos), traz tempestade quando necessário, como lemos em Deuteronômio 8.3: “E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem”. Ser benigno é falar a verdade, ainda que seja uma palavra dura, pois somente assim alguém pode ser verdadeiramente curado e edificado.

Além disso, o homem benigno (chrestos) anuncia o abismo (chasma) que há entre o céu e o inferno, de modo que as pessoas possam buscar a Deus enquanto ainda há tempo (Isaías 55.6).

Em hebraico, um dos termos equivalentes a benignidade é “tob”, como em 2 Crônicas 10.7. Essa palavra hebraica possui uma gama de variações que nos ensinam profundas verdades espirituais sobre a benignidade. O homem benigno (tob) acumula (tabbur) para si galardões nos céus, pois há regozijo (te’eb) nas regiões celestiais pelas almas que ele alcança, de modo que se torna uma pessoa agradável a Deus (tab’el). Por isso, suas vestes são mergulhadas (taba’) no sangue de Cristo e tingidas (tabul) no vermelho carmesim do sangue do Cordeiro. Dessa maneira, o homem benigno consegue abater (tebach) o inimigo, pois agiu como um guardião (tabbach) da fé que está fundado (taba’) sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, que é Jesus Cristo (Efésios 2.20). Assim, o benigno possui em sua vida o selo (tabba‘ath) da eternidade e é celebrado (tabbath) por Cristo com um servo bom (tob) e fiel, por isso digno de entrar no descanso do Senhor (Mateus 25.23).

Busque o fruto da benignidade, pois ele fará com que você se torne, a cada dia, mais parecido com nosso Deus, portanto, mais próximo de Cristo.

::Daniel Lopez

Jornalista e doutorando em Linguística na Universidade Federal Fluminense (UFF). É também professor universitário, tradutor e diretor do programa e ministério Desvendando o Original.

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Colaborador do portal Lagoinha.com

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