quarta-feira, 24 de julho de 2013

Áudio da Aula: O Papa Francisco I e a Jornada Mundial da Juventude

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O Papa Francisco I e a Jornada Mundial da Juventude

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Em Cristo,

Daniel Lopez

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A Jornada Mundial da Juventude e a vinda do Papa ao Brasil



1-    Creio que ninguém tem dúvida de que a Jornada Mundial da Juventude é parte de uma estratégia de propaganda do Catolicismo Romano.
2-    Na verdade, o termo “propaganda” foi cunhado pela própria Igreja.
3-    Nasceu da abreviação de Congregatio de Propaganda Fide, congregação de cardeais estabelecida em 1622 pelo Papa Gregório XV para supervisionar a propagação da fé cristã nas missões estrangeiras.
4-    Ocupa-se das questões referentes à propagação da fé católica no mundo inteiro.
5-    Ou seja, a Igreja Católica é especialista em propaganda, do contrário, não estaria em atividade há dois mil anos.
6-    Na verdade, há respaldo bíblico para dizer que até mesmo os filhos das trevas são melhores em propaganda que os filhos da luz:

“E o patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza. E Jesus continuou: — As pessoas deste mundo são muito mais espertas nos seus negócios do que as pessoas que pertencem à luz” (Lucas 16.8).

7-    Segundo Malachi Martin (The Jesuits. Nova Iorque: Simon e Schuster Paperbacks, 1987), falecido jesuíta e insider que abriu para o mundo vários segredos do Vaticano, os Papas Pio XII (1939-1958), João XXIII (1958-1963), Paulo VI (1963-1978) e João Paulo I (1978-1978) se viram diante de um mundo novo, e não conseguiram se adaptar a este novo cenário: o mundo divido entre Ocidente Capitalista (liderado pelos EUA) e o oriente socialista (com a União Soviética).
8-    Era necessário um novo líder católico que pudesse fazer frente a este “perigo vermelho”, tendo em vista que o socialismo era ateu, anticlerical e anticatólico.
9-    Foi escolhido, então, um novo líder, capacitado para a empreitada. Como diz Malachi Martin: “Um eslavo de eslavos, que fala russo além de outras duas línguas da Europa Oriental” (p. 46).
10-                      Esse era o polonês Karol Wojtyla, que assumiu o nome de João Paulo II.
11-                      Este era o homem certo para lidar com o perigo russo. Falava russo, era eslavo, da Europa Oriental. Possuía a origem geográfica e as habilidades culturais e linguísticas para lidar com o problema. E lidou muito bem.
12-                      Hoje, vivemos em um mundo completamente diferente. No final do reinado de João Paulo II, ele mesmo se viu diante problemas completamente novos.
13-                      A união soviética desfaleceu, o muro de Berlin caiu, mas novos desafios surgiram.
14-                      Por um lado, os jesuítas haviam claramente deixado seu posto de “homens do Papa”, e cada vez mais se envolviam com a proposta de um “cristianismo marxista”, trazido pela Teologia da Libertação, fundada pelo jesuíta (dominicano a partir de 1998) Gustavo Gutiérrez.
15-                      Além disso, os jesuítas também começaram a apoiar o homossexualismo, como John J. McNeil, e o aborto, como Robert F. Drinan, com a anuência e apoio do chefe dos Jesuítas à época, o Padre General Pedro Arrupe.
16-                      Por outro lado, a queda do número de católicos e o aumento dos evangélicos, principalmente na América Latina, era outro desafio diante de João Paulo II.
17-                      É por esta razão que João Paulo II não somente foi o primeiro Papa a visitar o Brasil, mas o fez em três ocasiões: 1980, 1991 e 1997.
18-                      Em sua primeira vinda, beatificou o jesuíta José de Anchieta, em evento realizado em Fortaleza. Na segunda vez, visitou a irmã Dulce em Salvador. Na terceira vez, em 1997, encontrou um Brasil diferente, mais evangélico, por isso, veio ao Rio e aqui permaneceu por quatro dias.
19-                      Se por um lado a eleição de João Paulo II foi adequada para a tarefa de combater o “perigo vermelho”, a eleição do jesuíta argentino, filho de italianos, Jorge Mario Bergoglio foi super adequada para o novo desafio: conter o avanço da Igreja Evangélica, superar os escândalos e conviver em um mundo ameaçado pela redução no número de fiéis, o terrorismo islâmico e a crise financeira que assola a Europa e os EUA.
20-                      Este novo Papa marcou uma série de novidades nos dois milênios de Catolicismo Romano.

a)     Primeiro Papa Jesuíta (Ordem criada com o principal objetivo de conter o avanço de Igreja Protestante no mundo);
b)    Primeiro Papa não Europeu;
c)     Primeiro Papa do Hemisfério Sul;
d)    Primeiro Papa das Américas;
e)     Primeiro Latino americano (perfeito para conter o avanço da Igreja Evangélica neste local onde mais cresce);
f)      Primeiro argentino (fala idioma da região);
g)     Primeiro a escolher o nome Francisco. Em uma época em que o Catolicismo tem enfrentado grandes escândalos, este ato traz esperança de que a Igreja retorne à simplicidade Francisco de Assis. O problema é que a homenagem é, ao mesmo tempo, a Francisco Xavier, um dos fundadores dos Jesuítas.

21-                      Por um lado, Bergoglio parece ser anticomunista e reacionário, tendo em vista suas manifestações públicas contra o aborto e o homossexualismo.
22-                      Sua ação antimarxista pode ser confirmada por suas ações durante a ditadura militar na Argentina.
23-                      Em 2005, um advogado associado à luta pelos direitos humanos entrou com um processo contra Bergoglio, por associação com o sequestro de dois padres em maio de 1976 ("Argentine Cardinal Named in Kidnap Lawsuit". Los Angeles Times. 17 April 2005. Retrieved 2013-03-13).
24-                      Os padres Orlando Yorio e Franz Jalics foram, torturados, mas encontrados vivos cinco meses depois, drogados e seminus ("Pope Francis Is Known For Simplicity And Humility". Associated Press. 13 March 2013. Retrieved 13 March 2013).
25-                      Yorio acusou Bergoglio de efetivamente entregá-los aos esquadrões da morte ao recusar-se a apoiar seus trabalhos como padre.
26-                      Em uma entrevista de 1999, Yorio (falecido em 2000) afirmou que Bergoglio não havia feito nada para ajudá-los a sair da prisão, mas “exatamente o oposto” (Miroff, Nick (17 March 2013). "Pope's activity in Dirty War Draws Scrutiny". Chicago Tribune (Sec. 1). Washington Post. p. 27).
27-                         O outro padre, Jalics, nunca havia se pronunciado sobre o assunto, tendo se transferido para um monastério alemão (Miroff, Nick (17 March 2013). "Pope's activity in Dirty War Draws Scrutiny". Chicago Tribune (Sec. 1). Washington Post. p. 27).
28-                      Porém, dois dias após a eleição do papa, Jalics se pronunciou dizendo que havia sido preso pois um antigo amigo que havia se envolvido com os rebeldes mencionara seu nome de o de Yorio durante uma sessão de tortura ("Pope Francis did not denounce me to Argentinian junta, says priest". The Guardian. March 21, 2013. Retrieved March 21, 2013 + "Second Declaration of Father Franz Jalics SJ" (in German). German Jesuit Web site. 20 March 2013).
29-                      Por outro lado, há quem defenda que Bergoglio seja simpático à Teologia da Libertação.
30-                      Roberto Bosca, da Universidade de Astral, em Buenos Aires, defende que Bergoglio tem semelhanças com a Libertação, principalmente com seu interesse pelos pobres, mas de uma maneira não ideológica (Coday, Dennis (2013-03-18). "Hard questions about Francis in Argentina and a lesson from Chile". Ncronline.org. Retrieved 2013-06-23.).
31-                      Leonardo Boff, um dos pioneiros da Teologia da Libertação, também mostrou sua empolgação com o novo papa ("Liberation Theology Supporters Say Pope Francis Can Fix Church 'In Ruins'". Huffingtonpost.com. Retrieved 2013-06-23.).
32-                      Rachel Donadio, do New York Times, também defende a vinculação de Bergoglio com a Teologia da Libertação (Francis’ Humility and Emphasis on the Poor Strike a New Tone at the Vatican).
33-                      A Jornada Mundial da Juventude.
34-                      No livro World Youth Day: From Catholicism to Counterchurch (Canisius Books, 2005) os autores católicos Corneila Ferreira e John Vennari explicam as origens e o objetivo da Jornada Mundial da Juventude.
35-                      No primeiro capítulo eles mostram como os objetivos traçados pelo Concílio Vaticano II se materializam na JMJ. Nos discursos que compõem este novo tipo de catolicismo, as palavras “comunidade” e “peregrinação” ganham novos sentidos e colaboram para a criação de um novo conceito de Igreja, que parte de um ecumenismo que pessoas de outros credos e até mesmo não religiosos.
36-                      A ideia é abrir mão da doutrina em favor da reunião de todos sob a bandeira do Catolicismo enquanto religião universal, global, que implementa o que João Paulo II chamava de “unidade sem fronteiras” (p. 118), expressão usada sempre que se dirigia à juventude.
37-                      A propaganda da Jornada sempre traz a ideia de peregrinação. Mas não com o antigo conceito católico de visita a um local sagrado, mas uma jornada de “descoberta pessoal”, rejeitando o “velho caminho” e as autoridades de modo que possam responder às questões religiosas de nosso tempo.
38-                      Tal perspectiva é divulgada como uma forma superior de espiritualidade, mais democrática e contemporânea se comparada à antiga Igreja que definia doutrinas e princípios morais.
39-                      Até mesmo o dogma deve ser abandonado, pois é visto como um elemento de divisão, e não de união ou “comunidade” (p. 30-36).
40-                      Em vez de pregar a doutrina tradicional católica, os jovens são incentivados a celebrar a si mesmos, abraçando e “trocando experiências” com pessoas de todos os credos.
41-                      Na verdade, segundo o livro, não é nem mesmo exigido que os facilitadores que trabalham no evento sejam católicos.  
42-                      A união é baseada em uma perspectiva de que todas as religiões são válidas e todos os deuses podem ser adorados. Na JMJ ocorrida no Canadá, por exemplo, católicos participaram de ritos cerimoniais indígenas ao “grande espírito”.
43-                      O código moral também é relativizado. Homens e mulheres jovens, solteiros, acampam juntos, dormem em uma mesma barraca, cantam, pulam e dançam de tal maneira que a imprensa canadense chamou o vento de “noitada do Papa” (p. 65).
44-                      No capítulo 5, os autores mostram as origens da Jornada Mundial da Juventude, criada por grupos progressistas nem sempre identificáveis surgidos após o Concílio Vaticano II, que têm como objetivo criar uma nova Igreja com base no princípio da “comunidade”.
45-                      Movimentos como o Focolare, Comunhão e Libertação (ao qual o atual Papa Francisco esteve associado) e Caminho Neocatecumenal.    
46-                      A JMJ segue, por exemplo a “fórmula” do Movimento Focolare: bandas, danças, testemunhos e gritos, seguindo o princípio de “histeria de massa manipulada” da fundadora Chiara Lubich, que incentivava a “espiritualidade da união”.
47-                      Além disso, os princípios ecumênicos que orientam todos estes movimentos rumo a uma nova Igreja estão presentes na JMJ.  Grande parte dos diretores e organizadores da JMJ são membros de um dos três grupos citados acima.
48-                      No capítulo 6, os autores afirmam que este movimento em direção a esta Nova Igreja surge com a combinação de forças da maçonaria, comunismo, humanismo e modernismo teológico.
49-                      Um dos grandes expoentes desta nova visão do catolicismo baseada na iluminação e “experiência pessoal” foi o jesuíta Teilhard de Chardin.
50-                      O pensamento de Chardin teve grande influência no jesuíta e teólogo modernista Karl Rahner, eu defendia que a unidade só poderia surgir com a queda do dogma da infalibilidade, a flexibilidade no casamento e a defesa da liberdade sexual (The Jesuits, p. 23).
51-                      Karl Rahner foi o mentor intelectual do outro teólogo progressista, Joseph Ratzinger, que se tornou o Papa Bento XVI, que foi acusado por muitos jornalistas, insiders e nos documentos chamados Vatileaks de ser homossexual.    
52-                      Ou seja, a JMJ funciona não somente para trazer um novo catolicismo, mais atraente aos jovens, mas para conter o avanço das Igrejas Evangélicas e trazer ao mundo a religião universal, ecumênica e sincretista, dos últimos dias. Veja o que Alcelmo Góes publicou em sua coluna no Jornal O Globo, sob o título “Tamo junto e misturado”:

Na Bahia de todos os santos, o pessoal do candomblé torce para que a visita do Papa Francisco seja um sucesso. Seria uma maneira de conter o crescimento das igrejas evangélicas, muitas das quais satanizam as religiões de origem africana... O babalaô Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, e Lina D’Oxumarê, sacerdotisa do terreiro Axé Bamgbosé, terão encontros com o Papa Francisco em sua visita ao Rio.


53-                      Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude: sinal da confusão babilônica.
54-                      A Cruz Peregrina. Por um lado, o primeiro símbolo da JMJ, é uma cruz sem o Cristo entregue pelo papa João Paulo II jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço em Roma em 1984. Na ocasião, o papa disse o seguinte:

Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção.

55-                      Isso parece tudo muito bíblico. Mas o segundo símbolo mostra a verdade.
56-                      O Ícone de Nossa Senhora. Conhecida como  “Protetora do Povo Romano”, “Salvação do Povo Romano” ou “Saúde do Povo Romano”, o ícone é o maior objeto de devoção a Maria em Roma.
57-                      Quando entregou o ícone aos peregrinos em 2003, o Papa João Paulo II disse o seguinte:

Hoje eu confio a vocês o Ícone de Maria. De agora em diante ele vai acompanhar as Jornadas Mundiais da Juventude, junto com a Cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o Apóstolo João, a acolhê-la em suas vidas.

58-                      O conceito de ícone é muito peculiar no Catolicismo Oriental. Acredita-se que muitos desses ícones têm poderes mágicos, por terem sido criados por anjos ou surgido espontaneamente, como é o caso dos Acheiropoieta (“não feitos por mãos”), como a Imagem de Edessa, o Véu de Verônica, o Santo Sudário e a Imagem do Palácio de Latrão.










sábado, 13 de julho de 2013

Áudio 1 Samuel - Aula 16

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Áudio 1 Samuel - Aula 16

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Daniel Lopez

sexta-feira, 12 de julho de 2013

1 Samuel – Aula 16



1-    17.5 Bronze (Hb. nechosheth). Diretamente relacionado a nachash, “adivinhações” (Gênesis 44.5), “agouros” (2 Reis 17.17), “encantamento” (Números 23.23), “serpente” (Gênesis 3.1). 
2-    O curioso é que, apesar de a narrativa descrever a estatura e força de Golias, Deus, no capítulo anterior, já havia dado um importante ordem: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura” (1 Samuel 16.7).
3-    A observação, feita sobre Saul, valia também como um conselho profético para Golias.
4-    17.10 Afronto (Hb. cheraphtiy). Esse termo (charaph) aparece seis vezes neste capítulo (versículos 10, 25, 26 [duas vezes], 36, 45). Assim, a ideia de “afronta” é central neste capítulo.
5-    A palavra charaph (“afrontar”) também é traduzida como “expor” (Juízes 5.18).  
6-    A afronta de Golias serviu para expor a real condição de Israel: não havia um soldado valente em Israel e nenhum homem capaz de derrotar Golias. Entre eles, nenhuma havia que possuísse uma capacitação divina suficiente para fazê-lo ter coragem para derrubar o gigante.
7-    O herói deveria ser buscado fora da lista de soldados alistados.
8-     O termo charaph (“afrontar”) está diretamente relacionado com choreph (“inverno” – Gênesis 8.22), pois o frio é como um objeto perfurante.
9-    A afronta de Golias traz uma frieza espiritual, uma ofensa que penetra a alma e machuca como o frio.
10-                      17.15 E voltava (Hb. vashav). Ao contrário dos irmãos de Davi, que seguiam Saul e permaneciam, Davi voltava. Seus irmãos eram seguidores de Saul: eram grandes, fortes e belos, uma ótima imagem, mas sem a presença de Deus.
11-                     17.16 Quarenta dias. Na Bíblia, o número 40 simboliza completude. Se relaciona com a duração de um período de prova ou tribulação, quando a fé de uma pessoa ou povo é testada. Os israelitas foram escravizados durante 400 anos. Depois, o povo ficou 40 anos sendo provado no deserto. A vida de Moisés pode ser dividida em três períodos de 40 anos: no Egito; em Midiã; conduzindo o povo no deserto. Moisés ficou duas vezes 40 dias no Sinai recebendo as orientações divinas. Trezentos anos depois, Elias ficou também 40 dias no mesmo. No dilúvio, choravam 40 dias. Jesus jejuou 40 dias no deserto. Após a ressurreição, Jesus permaneceu 40 dias na Terra. No cenáculo, havia 120 cristãos. Depois de 40 anos após a ascensão de Jesus, Jerusalém foi destruída pelos romanos. Há a quarentena, o resguardo e a quaresma.
12-                     No famoso texto hebraico Pirkei Avot (“Capítulos dos Pais” ou “Ética dos Pais”), o sábio Yehuda bem Tama ensina que o judeu deveria estudar a Bíblia a partir dos 5 anos, o Mishná aos 10 anos e o discernimento (binah) ou seja, os “estudos profundos” aos 40 anos. Isso porque o Mishnah (Yoreh De'ah, ch. 246 s.k. 6) ensina que 40 anos é a idade da sabedoria, ou seja, depois que o homem foi provado, aprendeu com seus erros e se tornou maduro.
13-                     Ou seja, as palavras de Golias provaram o povo durante 40 dias. Mas ninguém foi achado digno de enfrentá-lo. Mas um menino de fora, que não fazia parte do exército, que não seguia Saul, foi lá e enfrentou o gigante.
14-                     Quem será que derrotará o gigante dos dias atuais?
15-                     17.17 Leva, peço-te (Hb. qach na'). O curioso é que “peço-te” (na’), que também pode ser traduzido como “por favor”, aparece como “cru” em Êxodo 12.9. Ou seja, podemos ler “Leva, cru”. Ou seja, o alimento que realmente estava sendo levado era o próprio Davi que, embora aos olhos dos homens fosse cru, era o sacrifício vivo ao Deus eterno.
16-                     17.17 Pães (Hb. lechem). Palavra que soa muito parecida com “peleja” (lecham – Salmo 35.1), “guerra” (lachem – Juízes 5.8) ou “oprimir” (lacham – Salmo 56.1). Ou seja, Jessé estava dizendo simbolicamente a Davi: “Leve peleja, guerra e opressão, mostre a seus irmãos como age um verdadeiro soldado”.
17-                     17.18 Queijo (Hb. chalab - "gordura"). Vem de cheleb, "o escolhido", "o melhor", "abundância". Jessé esta entregando uma honra ao príncipe (Hb. Sar) do exército. Mas mal sabia ele que Davi seria, em breve, nomeado como chefe de tropas e que, espiritualmente, era muito mais do que um príncipe (Hb. Sar), era um Rei (Hb. Melech).
18-                     17.18 Trarás uma prova ('arubbah). Pode significar "fiança". Ou seja, Davi estava indo pagar uma fiança para seus irmãos, ou seja, livra-los da humilhação de ver o gigante ofender Israel e seu Deus e não ter coragem de desafiá-lo. Significa também "mercadoria trocada". Ou seja, Davi iria trocar de lugar com seus irmãos, alistando-se no exército não como um mero soldado, mas como um chefe de tropas, um posto nunca alcançado por seus irmãos em todos os anos que serviram como militares.
19-                     17.19 Vale de Elá (Hb. ‘emeq ha'elah). Enquanto vale em hebraico ('emeq, que vem de 'amaq), se relaciona à ideia de "profundidade" e "aprofundar", Elá (Hb. 'Elah, "carvalho") se relaciona a 'ayil, que pode significar "cordeiro sacrificial". Ou seja, o vale de Elá pode significar, simbolicamente, um carvalho com raízes profundas, ou seja, algo firme que estava sendo estabelecido. Assim, naquele local, Davi derrotou o gigante e criou raízes profundas e firmes em Israel, que passaria a se tornar uma nação invencível, pois ele mesmo entregou sua vida como um sacrifício vivo ao Senhor.
20-                     17.23 Golias falou... Davi ouviu. São dois verbos hebraicos, daber e shama', este, relacionado à observância dos mandamentos e à fidelidade à Palavra de Deus.
21-                     17.25 Homem que subiu (Hb. ha‘iysh ha‘oleh). Em hebraico, a expressão “que subiu” (Hb. ha‘oleh) soa muito parecida com “holocausto” ou “oferta queimada” (Hb. ha’olah – Gênesis 22.6) e com “sacrificar” (Hb. ho`alah). Ou seja, Golias subiu com sua arrogância, verto de que esmagaria qualquer um que se coloca em seu caminho. Mas, na verdade, ele mesmo estava prestes a ser derrotado e a vitória creditada a Deus como um holocausto.
22-                     17.25 Subiu (‘oleh). Soa muito parecido com ‘illah, que significa “motivo”, “pretexto” ou “ocasião” (Daniel 6.4). Ou seja, Golias, o homem “que subiu” foi, na verdade, aquele que criou uma ocasião para que Davi – e consequentemente Yehowah – fosse exaltado.
23-                     17.26 Então falou Davi (Hb. vayyo'mer dâvidh). Esta é a primeira vez que Davi fala no texto bíblico. Quem fala demais, sua voz perde o valor. Mas o sábio que escuta muito, e fala pouco, tem sua palavra extremamente valorizada. As palavras de Davi aqui pronunciadas foram tão poderosas que tinham um peso equivalente ao de Golias.
24-                     17.26 Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? Davi traz uma nova visão de mundo, uma nova perspectiva que incluía a ação do Deus Eterno.
25-                     Antes, o povo de Israel via Golias como um homem imbatível. Davi o via apenas como um incircunciso.      
26-                     17.28 Ira (Hb. ‘aph). Termo que se relaciona com a palavra que mais aparece neste capítulo, charaph, “afronta”. Ou seja, o mesmo espírito de afronta que estava em Golias agora se manifesta através da ira de Eliabe.
27-                     17.28 Contra Davi (Hb. bedhâvidh). O curioso é que a expressão “contra Davi” (bedhâvidh) soa muito parecida com “na panela” (bhaddudh). Tanto o nome Davi (“o amado”) quanto o termo panela (dud) se relacionam com dod (“amor”) e trazem a ideia de calor. Em Davi havia o calor do amor de Deus, pois ele amava o Senhor e este o amava. Além disso, nele havia o calor do zelo pelo povo de Deus, por isso ele estava preparado a lutar contra tudo aquilo que ofendesse seu Deus e seu povo.
28-                     17.28 Poucas ovelhas. Falou isso em desprezo a Davi, assim como Golias também faria.   
29-                     Na verdade, Davi precisa derrotar três Golias, pois Eliabe expressa o desprezo de Golias e Saul é um reflexo da mente do gigante, pois julgou que somente um soldado experiente poderia lutar com o filisteu.
30-                      17.35 Feri (Hb. nakah). Davi usa esse verbo 3 vezes entre os versículos 35 e 36. Traz a ideia de esmagar semente, nak (Kn), para produzir tempero.
31-                     17.36 Davi chama Golias de animal por ter ofendido o Deus vivo.
32-                     17.37 Ele me livrará. Davi atribui sua chance de vitória a Deus, e não a sua habilidade militar, sorte ou audácia.
33-                     Golias serviu apenas para dar publicidade a Davi como rei e ao Deus que ele serve.