sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Juízes – Aulas 04 e 05




1- Juízes 6.1 - “Fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o Senhor; e o Senhor os deu nas mãos do midianitas por sete anos”.

2- O que era mau (Hb. hara’). Hara’ também pode significar “os associados”. Algumas passagens traduzem hara’ por “irmão”. Todavia, em hebraico, a palavra irmão é ‘ach.

3-  O termo hara’ significa “o associado”, como em Provérbios 17.17 e 19.6. Ou seja, podemos ler Juízes 6.1 da seguinte maneira: “Fizeram os filhos de Israel associações perante o Senhor”.

4- Ou seja, associaram-se a deuses pagãos e entidandes malignas através de seu pecado. Sua alma ficou conectada e presa ao inimigo. Assim, Deus os entregou nas mãos dos midianitas. 

5- Além disso, a expressão “o que era mau” (hara’) se relaciona ao termo re’uth, que significa “desejo”, “prazer”, “vontade”, “correr atrás” (Eclesiastes 1.14).

6- Ou seja, o povo desejou as coisas do mundo e deu vazão à vontade de correr atrás de suas próprias paixões, de modo que perderam a proteção divina e foram entregues aos inimigos.

7- Perante (Hb. be’eyney, “aos olhos”, procede de ‘aiyn, “olho”). Ou seja, “fizeram os filhos de Israel associações aos olhos do Senhor”.

8- O termo hebraico para “olho” (‘aiyn) se relaciona com as palavras “nuvem” (‘anan) e “fonte” (ma’yan).

9- Ou seja, quem faz o que é correto aos olhos do Senhor, tem a proteção da sombra do onipontente (Salmo 91.1), pois está debaixo da nuvem (‘anan) de Deus (Êxodo 13.21), e tem acesso à fonte (ma’yan), pois bebe da Palavra de Deus (João 4.13-14) e obtém refrigério no Senhor (Provérbios 3.8).

10-                 Por outro lado, o termo hebraico para “olho” (‘aiyn) também se relaciona com as palavras “aflição” (‘enuth) e “feiticeiro” ou “encantador” (‘anan).

11-                 Ou seja, os filhos de Deus fizeram, diante do olho (‘aiyn) de Deus, associações com os demônios através de seus pecados. Por isso, o Senhor os entregou à aflição e aos feiticeiros e encantadores (‘anan), representados pelos midianitas.

12-                 O interessante é que Midiã (midhyan) pode ser traduzido como “juízo”, como em Juízes 5.10. Ou seja, pela desobediência do povo, Deus os entregou aos midianitas, ou seja, àqueles que exercem o juízo.

13-                 A palavra hebraica midhyan também se relaciona à ideia de “gigante”, como em 2 Samuel 21.20:

14-                 “Houve ainda grande peleja; esta foi em Gate (Tc - gath, “pés marcados”, ou “lagar” – as uvas eram pisadas e os pés daqueles que pisavam ficavam vermelhos, o que era um sinal de sua ocupação) onde estava um homem de grande estatura (‘iysh madhiyn), que tinha em cada mão e em cada pé seis dedos, vinte e quatro ao todo; também este descendia dos gigantes (raphah)”.

15-                 O interessante é que em Juízes 6.11, lemos que Gideão foi malhar o trigo no lagar (ba gath), ou seja, “em Gate”.

16-                 Gate é o onde estão grandes malfeitores e, ao mesmo tempo, grandes homens de Deus, pois é o local dos “pés machados de sangue” (Tc - gath).

17-                 No caso dos ímpios, são pés manchados com o sangue dos inocentes, como Joabe em 1 Reis 2.5 e passagem de Romanos 3.15.

18-                 No caso dos homens de Deus, manchados com o sangue do cordeiro no dedão do pé direito (Levítico 8.24) e da derrota dos ímpios, como no Salmo 58.10 e 68.23.

19-                 Juízes 6.2. Os judeus, antes invencíveis com Deus, agora, se escondem, como ratos, em buracos e cavernas. Como é triste a vida de um povo que abandona os caminhos de Deus.

20-                   Juízes 6.3. Todo o fruto de seu trabalho era roubado pelos inimigos.

21-                 Juízes 6.4. Os invasores destruíam toda a terra, desde o rio Jordão até o litoral, em Gaza.  

22-                 Juízes 6.8. Antes de enviar o Anjo para libertar o povo, Deus manda um profeta, para reprová-los por seu pecado e levá-los ao arrependimento, como na sequência de 2 Crônicas 7.14.

23-                 Juízes 6.11. Depois do arrependimento, Deus envia o Anjo do Senhor (mal’akh yehovah), ou seja, o “Mensageiro de Yehovah”.

24-                 Este não era um anjo criado, mas o próprio Filho de Deus, a Palavra Eterna, o Senhor dos Anjos. Para chegar a tal conclusão, basta vermos que o Anjo foi chamado de Yehovah, o nome incomunicável de Deus (Juízes 6.14 e 6.16).

25-                 Veja que o Anjo se encontra com Gideão quando este estava sozinho (badal, ou seja, na porta da tenda, como Abraão em Gênesis 18.1 e Jacó no vau de Jaboque, em Gênesis 32.24).

26-                 A solidão nos afasta da correia do mundo e facilita nossa comunhão com Deus.

27-                 O Anjo se sentou debaixo de um carvalho (tachath ha‘elah).

28-                 Em hebraico, a expressão “debaixo” (tachath) pode significar “ficar apavorado” (Deuteronômio 1.21 e 31.8).

29-                 O povo estava apavorado, pois não tinham mais o que comer, já que tinham sua terra constantemente roubada e destruída.

30-                 O Anjo, porém, se assenta debaixo do temor do juramento e do terror da maldição. Assim, mostra que o povo teria, novamente, a opção de escolher entre a benção e a maldição, como em Deuteronômio 11.26.

31-                 A palavra hebraica para carvalho (‘elah) pode significar “maldição” (Números 5.21, Deuteronômio 29.19 e 29.20, Daniel 9.11 e Zacarias 5.3) ou “juramento” (Deuteronômio 29.14).

32-                   Gideão (gid’on) significa “guerreiro” ou “lenhador”, relacionado a gada’, “fazer cair”, “derrubar árvore”.

33-                 Gideão (gid’on) foi chamado com a unção para fazer o que está em Deuteronômio 7.5: “Porém assim lhe fareis: derribareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, cortareis (teghadde’un) os seus postes-ídolos e queimareis as suas imagens de escultura”.

34-                 Juízes 6.20. A carne para o holocausto, o bolo para a oferta de manjares e o caldo para a libação. Gideão prova aquele homem. Se fosse humano, comeria a refeição. Se fosse angelical, a receberia como oferta.    

35-                 Juízes 6.25. Um touro que havia sido engordado durante sete anos para ser oferecido a Baal.  

36-                 Juízes 6.26. O fogo do holocausto deveria ser feito com a madeira do poste-ídolo, que era a imagem da consorte de Baal, a saber, Asera. Semelhante a Davi decapitando Golias com a própria espada do gigante, e Jesus vencendo a morte utilizando a própria morte.

37-                 Juízes 6.32. A destruição da imagem de Baal gerou uma revolta por parte dos midianitas.

38-                 Juízes 6.34. Vejam para que Deus reveste um homem com seu Espírito: para que aquela pessoa toque uma trombeta e convoque uma guerra contra o inferno.  

39-                 Juízes 7.1. Harode (charode) “terror”.

40-                 Juízes 7.3. Medroso (chared).

41-                 Juízes 7.13. O sonho e sua interpretação foram inspirados por Deus para aumentar a confiança do povo na força de Gideão.

42-                 Juízes 7.13. Pão de Cevada. Representa os judeus, que eram agricultores. Barraca. Representa os midianitas, que eram nômades, isto é, gente do deserto (Jz 6.33).  

43-                 Juízes 7.19. Cornetas e jarros.

44-                 Juízes 7.22. Zezerá (“opressão”); Bete-Sita (“casa da Acácia”); Abel-Meolá (“campina da dança”); Tabate (“celebrado”).  

45-                 Juízes 7.24. Bete-Bara (“casa do vau”).  

46-                 Juízes 7.25. Orebe (“corvo”) e Zeebe (“lobo”).

47-                 Juízes 8.1. A inveja após a vitória.

48-                 Juízes 8.10. Zeba (“sacrifício”) e Salmuna (“sem sombra”, “sem proteção”).

49-                 Juízes 8.19. Eu não os mataria. Gideão teve que agir como vingador da morte de seus irmãos (Nm 35.19; Js 20.1-3).

50-                 Juízes 8.27. Se prostituiu (Hb. Zanah, “foi ceifado”, já que se relaciona com zanab, “cortar”). Por isso, foram rejeitados (zanoach), pois cometeram adultério (zanun).

Nenhum comentário:

Postar um comentário