1- Juízes 6.1 - “Fizeram os filhos de
Israel o que era mau perante o Senhor; e o Senhor os deu nas mãos do midianitas por sete anos”.
2- O que era mau (Hb. hara’). Hara’ também pode significar “os
associados”. Algumas passagens traduzem hara’
por “irmão”. Todavia, em hebraico, a palavra irmão é ‘ach.
3- O termo hara’ significa “o associado”, como
em Provérbios 17.17 e 19.6. Ou seja, podemos ler Juízes 6.1 da seguinte
maneira: “Fizeram os filhos de Israel associações
perante o Senhor”.
4- Ou seja, associaram-se a deuses
pagãos e entidandes malignas através de seu pecado. Sua alma ficou conectada e
presa ao inimigo. Assim, Deus os entregou nas mãos dos midianitas.
5- Além disso, a expressão “o que era
mau” (hara’) se relaciona ao termo re’uth, que significa
“desejo”, “prazer”, “vontade”, “correr atrás” (Eclesiastes 1.14).
6- Ou seja, o povo desejou as coisas do
mundo e deu vazão à vontade de correr atrás de suas próprias paixões, de modo
que perderam a proteção divina e foram entregues aos inimigos.
7- Perante (Hb. be’eyney, “aos olhos”,
procede de ‘aiyn, “olho”). Ou seja, “fizeram os filhos de Israel
associações aos olhos do
Senhor”.
8- O termo hebraico para “olho” (‘aiyn)
se relaciona com as palavras “nuvem” (‘anan) e “fonte” (ma’yan).
9- Ou seja, quem faz o que é correto aos
olhos do Senhor, tem a proteção da sombra do onipontente (Salmo 91.1), pois
está debaixo da nuvem (‘anan) de Deus (Êxodo 13.21), e tem
acesso à fonte (ma’yan), pois bebe da Palavra de Deus (João 4.13-14) e obtém
refrigério no Senhor (Provérbios 3.8).
10-
Por
outro lado, o termo hebraico para “olho” (‘aiyn) também se relaciona com as
palavras “aflição” (‘enuth) e “feiticeiro” ou “encantador” (‘anan).
11-
Ou
seja, os filhos de Deus fizeram, diante do olho (‘aiyn) de Deus,
associações com os demônios através de seus pecados. Por isso, o Senhor os
entregou à aflição e aos feiticeiros e encantadores (‘anan), representados
pelos midianitas.
12-
O
interessante é que Midiã (midhyan) pode ser traduzido como
“juízo”, como em Juízes 5.10. Ou seja, pela desobediência do povo, Deus os
entregou aos midianitas, ou seja, àqueles que exercem o juízo.
13-
A
palavra hebraica midhyan também se relaciona à ideia de “gigante”, como em 2
Samuel 21.20:
14-
“Houve
ainda grande peleja; esta foi em Gate (Tc - gath, “pés marcados”, ou “lagar” –
as uvas eram pisadas e os pés daqueles que pisavam ficavam vermelhos, o que era
um sinal de sua ocupação) onde estava um homem
de grande estatura (‘iysh madhiyn), que tinha em cada
mão e em cada pé seis dedos, vinte e quatro ao todo; também este descendia dos gigantes (raphah)”.
15-
O
interessante é que em Juízes 6.11, lemos que Gideão foi malhar o trigo no lagar (ba gath), ou seja, “em
Gate”.
16-
Gate
é o onde estão grandes malfeitores e, ao mesmo tempo, grandes homens de Deus,
pois é o local dos “pés machados de sangue” (Tc - gath).
17-
No
caso dos ímpios, são pés manchados com o sangue dos inocentes, como Joabe em 1
Reis 2.5 e passagem de Romanos 3.15.
18-
No
caso dos homens de Deus, manchados com o sangue do cordeiro no dedão do pé
direito (Levítico 8.24) e da derrota dos ímpios, como no Salmo 58.10 e 68.23.
19-
Juízes 6.2. Os judeus, antes invencíveis com
Deus, agora, se escondem, como ratos, em buracos e cavernas. Como é triste a
vida de um povo que abandona os caminhos de Deus.
20-
Juízes 6.3. Todo o fruto de seu
trabalho era roubado pelos inimigos.
21-
Juízes 6.4. Os invasores destruíam toda a
terra, desde o rio Jordão até o litoral, em Gaza.
22-
Juízes 6.8. Antes de enviar o Anjo para
libertar o povo, Deus manda um profeta, para reprová-los por seu pecado e
levá-los ao arrependimento, como na sequência de 2 Crônicas 7.14.
23-
Juízes 6.11. Depois do arrependimento, Deus
envia o Anjo do Senhor (mal’akh yehovah), ou seja, o
“Mensageiro de Yehovah”.
24-
Este
não era um anjo criado, mas o próprio Filho de Deus, a Palavra Eterna, o Senhor
dos Anjos. Para chegar a tal conclusão, basta vermos que o Anjo foi chamado de Yehovah,
o nome incomunicável de Deus (Juízes 6.14 e 6.16).
25-
Veja
que o Anjo se encontra com Gideão quando este estava sozinho (badal,
ou seja, na porta da tenda, como Abraão em Gênesis 18.1 e Jacó no vau de
Jaboque, em Gênesis 32.24).
26-
A
solidão nos afasta da correia do mundo e facilita nossa comunhão com Deus.
27-
O
Anjo se sentou debaixo de um
carvalho (tachath ha‘elah).
28-
Em
hebraico, a expressão “debaixo” (tachath) pode significar “ficar
apavorado” (Deuteronômio 1.21 e 31.8).
29-
O
povo estava apavorado, pois não tinham mais o que comer, já que tinham sua
terra constantemente roubada e destruída.
30-
O
Anjo, porém, se assenta debaixo do temor do juramento e do terror da maldição. Assim,
mostra que o povo teria, novamente, a opção de escolher entre a benção e a
maldição, como em Deuteronômio 11.26.
31-
A
palavra hebraica para carvalho
(‘elah)
pode significar “maldição” (Números 5.21, Deuteronômio 29.19 e 29.20, Daniel
9.11 e Zacarias 5.3) ou “juramento” (Deuteronômio 29.14).
32-
Gideão
(gid’on)
significa “guerreiro” ou “lenhador”, relacionado a gada’, “fazer cair”, “derrubar árvore”.
33-
Gideão
(gid’on)
foi chamado com a unção para fazer o que está em Deuteronômio 7.5: “Porém assim
lhe fareis: derribareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, cortareis
(teghadde’un)
os seus postes-ídolos e queimareis as suas imagens de escultura”.
34-
Juízes 6.20. A carne para o holocausto, o bolo
para a oferta de manjares e o caldo para a libação. Gideão prova aquele homem.
Se fosse humano, comeria a refeição. Se fosse angelical, a receberia como
oferta.
35-
Juízes 6.25. Um touro que havia sido engordado
durante sete anos para ser oferecido a Baal.
36-
Juízes 6.26. O fogo do holocausto deveria ser
feito com a madeira do poste-ídolo, que era a imagem da consorte de Baal, a
saber, Asera. Semelhante a Davi decapitando Golias com a própria espada do
gigante, e Jesus vencendo a morte utilizando a própria morte.
37-
Juízes 6.32. A destruição da imagem de Baal
gerou uma revolta por parte dos midianitas.
38-
Juízes 6.34. Vejam para que Deus reveste um
homem com seu Espírito: para que aquela pessoa toque uma trombeta e convoque
uma guerra contra o inferno.
39-
Juízes 7.1. Harode
(charode)
“terror”.
40-
Juízes 7.3. Medroso
(chared).
41-
Juízes 7.13. O sonho e sua interpretação foram
inspirados por Deus para aumentar a confiança do povo na força de Gideão.
42-
Juízes 7.13. Pão de Cevada. Representa
os judeus, que eram agricultores. Barraca. Representa os midianitas,
que eram nômades, isto é, gente do deserto (Jz 6.33).
43-
Juízes 7.19. Cornetas e jarros.
44-
Juízes 7.22. Zezerá
(“opressão”); Bete-Sita (“casa da
Acácia”); Abel-Meolá (“campina da
dança”); Tabate (“celebrado”).
45-
Juízes 7.24. Bete-Bara
(“casa do vau”).
46-
Juízes 7.25. Orebe
(“corvo”) e Zeebe (“lobo”).
47-
Juízes 8.1. A inveja após a vitória.
48-
Juízes 8.10. Zeba
(“sacrifício”) e Salmuna (“sem
sombra”, “sem proteção”).
49-
Juízes 8.19. Eu não os mataria. Gideão
teve que agir como vingador da morte de seus irmãos (Nm 35.19; Js 20.1-3).
50-
Juízes 8.27. Se prostituiu (Hb. Zanah,
“foi ceifado”, já que se relaciona com zanab,
“cortar”). Por isso, foram rejeitados (zanoach),
pois cometeram adultério (zanun).
Nenhum comentário:
Postar um comentário