I – Uma vitória com gosto amargo
1-
14.1 Não o
fez saber a seu pai. Provavelmente, sabia que seu pai impediria tal
incursão, já que a ousadia não era seu forte.
2-
O esquema de
Jonatas X a ignorância de Saul: uma cena dramática.
3-
Jônatas
estava em movimento. Saul estava sentado sob uma romeira.
4-
14.2
Romeira
(Hb. rimmon).
Relacionado e remiyah, “mentira” (Jó 13.7), “engano” (Jó 27.4), “dolo” (Salmos
32.2), “fraude” (Salmo 101.7), “preguiçoso” (Provérbio 12.27), “ocioso” (Provérbio
19.15), “relaxadamente” (Jeremias 48.10).
5-
14.2 Migrom
(Hb. migron,
“precipício”). Relacionado a magar, “terror” (Ezequiel 21.12 KJV)
e “derrubar” (megar, Esdras 6.12).
6-
O
rei que fica parado está perto de um precipício (migron), e em breve será
derrubado (megar), pois o terror (magar) está à porta, como Davi
quando caiu com Bateseba.
7-
Migron se relaciona com mammegurah, “depósito”,
como em Joel 1.17: “Nos campos secos, as sementes não brotam; não há colheita
de trigo, e os depósitos de
cereais estão caindo aos pedaços”.
8-
14.3
Aías
(Hb. 'achıyah,
“irmão de Yah” ou “o Ah de Yahovah”, segundo Ezequiel 6.11 e
21.15).
Assim diz o SENHOR
Deus: Bate as palmas, bate com o pé e dize: Ah! (Hb. ach) Por todas as
terríveis abominações da casa de Israel! Pois cairão à espada, e de fome, e de
peste (Ezequiel 6.11).
9-
Por
que Saul restaura a linhagem de Aías?
10-
A
Bíblia deixa claro o perigo que isso gerava, quando cita sua genealogia:
11-
Aías (Hb. 'achıyah, “meu irmão é Yehovah”).
12-
Aitube (Hb. 'achıyṭub, “meu irmão é bom”).
13-
O
curioso é que אח também pode ser lido
como ‘oach,
que significa “animal uivante”, “chacal”, “hiena” (segundo o Dicionário Brown-Driver-Briggs)
ou “coruja” (Isaías 13.21 ARA) ou “horríveis animais” (Isaías 13.21 ARC).
14-
Icabô (Hb. 'ı̂y-khavod,
“sem glória”). 1 Samuel 4.19-22.
15-
Fineias (Hb. pıynchas, “boca de serpente”). O sacerdote
amante de carne e tarado (1 Samuel 2.12-17 e 22-25).
16-
Eli (Hb. ‘eliy, “soberbo”, “orgulhoso”, “arrogante”
– Dicionário Strong). Sua descendência foi excluída do sacerdócio devido a sua desobediência
(1 Samuel 2.27-36 e 3.11-14).
17-
Vejamos,
então, a liderança da época:
a)
Rei: Saul, que permanece
sentado, e cuja dinastia foi rejeitada (1 Samuel 13.13-14);
b)
Sacerdote: Aías, cuja linhagem
sacerdotal foi rejeitada.
18-
Logo
após Samuel abandonar Saul, o rei ficou sem nenhuma liderança espiritual autorizada
por Deus.
19-
Assim,
buscou um sacerdote de uma linhagem rejeitada.
20-
Que
ajuda podem este rei e sacerdote rejeitados oferecer?
21-
14.4 Bozez
(Hb. botséts).
Relacionado a bots, “lama” (Jeremias 38.22), ou seja, “pedra escorregadia”.
22-
14.4 Sené
(Hb. sêneh,
“espinhosa”).
23-
Ou
seja, o local era considerado impenetrável. Jonatas, porém, enxergou aqui uma vantagem.
24-
Resumindo
a cena, temos:
a)
Um plano, que é secreto;
b)
Os líderes, que são rejeitados;
c)
Um local, que é impossível de
transpor.
25-
Aqui
está o segredo: a vitória era
improvável demais. Mas é nesse momento que Deus atua.
26-
14.6.
A declaração de Jônatas é estonteante.
27-
Ele
não tinha motivos para ser otimista.
28-
Na
verdade, as palavras de Jônatas revelam não um otimismo, mas fé.
29-
Algumas
pessoas são otimistas por natureza.
30-
A
fé, porém, pode surgir até mesmo quando não há razão nenhuma para ser otimista.
31-
A
fé pode brotar em meio a tais situações caóticas pois não está focada nas circunstâncias,
mas em Deus.
32-
Podemos,
então, concluir o seguinte das palavras de Jônatas:
a)
Uma convicção clara
sobre Deus
(“porque para o SENHOR nenhum impedimento há de livrar”);
b)
Produz grandes expectativas
sobre a ação divina (“talvez o Senhor atue em nosso favor”)
c)
E nos faz reconhecer
o modo “normal” que Deus trabalha (“com muitos ou com poucos”, ou seja, por meio
de seus servos).
33-
Jônatas
não está confiando na esperteza de seu plano.
34-
Pelo
contrário, sua ousadia é fruto de sua confiança em Deus, calcada em um entendimento
real e verdadeiro sobre a pessoa e obra do Senhor.
35-
A
beleza da fé de Jônatas é sua imaginação (“Vamos... pode ser Yehovah aja em nosso
favor”);
36-
E
a beleza de sua imaginação é seu equilíbrio (“pode ser que”).
37-
É
como se Jônatas dissesse: “Deus pode tudo. Quem sabe ele nos ajudará nesta batalha.
Só saberemos a resposta se o consultarmos”.
38-
Deus
não precisa de seiscentos homens medrosos, mas apenas de dois homens santos que
confiem na capacidade, fidelidade e soberania do Senhor.
39-
Muitos
pensam hoje em dia que dizer “talvez” expressa falta de fé, pois julgam que a fé
precisa ser sempre certa, dogmática e absolutamente positiva.
40-
Todavia,
não devemos confundir fé com arrogância.
41-
O
“talvez” de Jônatas faz parte de sua fé, pois ele tanto confessa a o poder de Yahweh
como preserva a liberdade de Yahweh.
42-
14.7 Eis-me
aqui contigo, a tua disposição será a minha (Hb. hineniy ‘immkhá kilvavékha).
“Olhe para mim! Estou contigo, como seu povo, como seu próprio coração!”.
43-
14.10
Nos
entregou (Hb. nethanâm). O mesmo verbo (nathan)
que origina o nome de Jônatas (yehonathân, “Yehowah entregou”).
44-
14.13 Jônatas
ia atacando e derrubando os filisteus, e o rapaz os ia matando. Somos como
escudeiros de Cristo: ele dá o primeiro golpe, e nós continuamos sua obra.
45-
14.14 Meia jeira (Hb. kevachatsí
ma‛anah).
A expressão ma’anah (“meia”) soa muito parecido com ma’aneh, que significa “resposta”
(Provérbios 16.1, Jó 32.3). Ou seja, Deus já estava dando metade da resposta à oração de Jônatas.
46-
14.15 Espanto...
terror (Hb. charadah). A raiz de charadah (espanto) aparece três vezes
neste versículo, ressaltando que Deus trouxe grande horror aos filisteus, que foi
ainda aumentado com o tremor (Hb. ragaz) de terra.
47-
14.16 Multidão
(Hb. hamon).
48-
14.19 Alvoroço
(Hb. hamon).
49-
14.20 Tumulto
(Hb. mehumah).
50-
14.23 Livrou
(Hb. yasha’,
“salvou”). Yehowah deu o livramento que Jônatas havia pedido.
51-
14.23 Além de
Bete-Áven
(Hb. ‘averá
'eth beyth 'áven). Ou seja, além da “casa da vaidade”. Quando a vaidade
de Saul foi superada, Yehowah concedeu a vitória.
52-
14.24 Angustiados
(Hb. nagás).
Deus concedeu a vitória, mas o povo não a pôde celebrar. Foi uma vitória amarga,
devido à vaidade, arrogância e ignorância de Saul.
53-
O
curioso é que em 1 Samuel 13.6, os filisteus “apertavam” (nagás) os hebreus. Agora,
esmo após vencer os filisteus, o povo permanece angustiado (nagás),
agora, por Saul.
54-
14.47 Era vitorioso
(Hb. yarshiya’).
“Agia mal”, “agia maliciosamente” (Jó 34.12).
Como nossos olhos são descobertos durante a leitura de um estudo ou texto seu, Daniel!! Glória a Deus!! Deus o abençoe e guarde sua família!! a Paz!!
ResponderExcluirExcelente ensino.
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